O PERFUME NA GAVETA

” Is there any empty room in your hotel? Yes, for a bachelor.”
O PERFUME NA GAVETA
( Ou Nem Tudo É O Que Parece)
Da gaveta, escapou um perfume que penetrou em Carlo como se fosse bálsamo; mais que isso, era cura para seu estado depressivo até aquele momento.
Quase se adivinhava nele, de fato, uma mudança completa de disposição, como se o perfume lhe trouxesse uma vontade nova de vida.
Fantasiou, mentalmente, a mulher que o deixara ali ;o cheiro que estivera impregnado em seu corpo. Quase pôde vê-la ao sair do quarto, levemente afogueada, um ponto de suor estremecendo sobre a fonte,o corpo sensual no ato de movimentar-se.
Carlo sorriu para si mesmo. Acabara de tomar aquele quarto de hotel. O recepcionista avisara que era o único que restava vazio, “só para uma pessoa”, dissera; e quem o ocupara se fora há pouco.
Agora, ele agradecia pelo perfume que o reanimara.
Bateram à porta. Carlo abriu-a para um homem bastante velho, olhos escondidos por óculos de lentes grossas e embaçadas, com um sorriso no rosto que mostrava a dentadura mal ajustada dentro da boca.
Fumava um cigarro de cheiro forte, e pareceu a Carlo ser de palha.
_ Desculpe _ disse o homem _, acabei de deixar esse quarto. O senhor não achou uma carteira?

Lin de Varga

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