DE REPENTE…

            De repente, as pessoas podem perceber que a resposta sempre esteve dentro delas, como as águas de um rio que são, afinal, uma só energia, como o regresso dos pássaros ao ponto de partida de onde alçaram vôo. Todo o trabalho consiste em entrar em sintonia com esta resposta, porque, então, pode-se ter uma outra perspectiva. Por assim dizer, um novo ponto de vista que, mesmo parecendo paradoxal agora, não é, realmente, novo: já estava dentro de todos, obscurecido.

            Nós, em nossas vidas, cruzamos e mantemos contato com várias pessoas, sem, contudo, percebê-las, realmente, na maioria das vezes. Entretanto, em um instante, podemos começar a ver o quanto são interessantes todas elas, como se passássemos, de repente, a sentir seus rostos, a ter absoluta noção deste milagre que é o ato de viver.

            Todas as coisas verdadeiras acontecem para nós em um relâmpago, isto é, repentina e imediatamente; a partir do momento em que tenham acontecido, nunca mais voltaremos a sermos os mesmos. Ao olharmos para trás e nos recordarmos de como éramos, talvez nos venha uma surpresa por termos sido tão limitados. Entretanto, dentro de  outra perspectiva, este relancear de olhos ao passado não será de tristeza, mas, sim, de grata satisfação por nos ter sido possível descortinar que, na grande experiência chamada vida, têm-se sempre respostas: TODAS AS EXPERIÊNCIAS SÃO VÁLIDAS E FUNDAMENTAIS.

                                     O ÚNICO SEGREDO: A INTUIÇÃO PRIMORDIAL

            Mas como achar esta resposta? Com entrega. Nada forçado. Um equilíbrio que emana da ordem do Universo. Alguma coisa que está em uma dimensão além do princípio e do fim.

            É importante ressaltar o aspecto de uma outra perspectiva, na medida em que ela será nova (e aí se pode usar a palavra “nova”) em relação a uma situação de condicionamentos e limites (preconceitos, ressentimentos, frustrações), já, então, ligada, diretamente, à INTUIÇÃO PRIMORDIAL existente em nós, porque esta se encontrava, somente, embotada.

            De nada adianta trabalhar-se em cima de uma estrutura minada. Não se constroem edifícios sobre fundações fracas. A natureza do Ser é a da perfeição. Nós a embotamos durante a vida. Tiram-se as impurezas, a beleza vem à tona. Não se preocupe com a lógica que rege a vida em sociedade, nem com os conceitos. O conteúdo acumulado da mente deve ser filtrado. Urge alcançar-se a plenitude, mantendo-se contato com a INTUIÇÃO PRIMORDIAL. No entanto, trata-se de uma urgência diferente. Nada tem a ver com a urgência comumente entendida: Correr atrás dos valores materiais e supérfluos da sociedade (Estes serão, afinal, simples conseqüência). Não. A urgência de que falamos tem a ver com a rapidez do relâmpago que faísca entre as nuvens, com a imediata transposição para uma nova dimensão, da qual todas as coisas são vistas com discernimento.

            É preciso deixar claro que, em todo o caminho a ser percorrido, não é necessária nenhuma preocupação com teorias, dogmas, controles de quaisquer espécies. Não há  doutrina a ser seguida. De forma nenhuma. A resposta está em uma dimensão de total liberdade, de desprendimento, de uma absorção tal de todos os fenômenos da vida, que eles se tornam sem importância material e plenos de importância espiritual. DIMENSÃO NA QUAL VOCÊ TUDO PODE. Um “bom dia” será o desejo de que o outro seja feliz em sua jornada e não um cumprimento que é dado automaticamente, sem nenhum valor energético.

            Quando você não se preocupa com as regras da sociedade, transforma-se no melhor de seus membros. Suas regras são as do bom senso e este só existe plenamente na INTUIÇÃO PRIMORDIAL. O seu momento mais certo serão todos os momentos. Não intelectualize. Sinta, simplesmente, com o seu organismo inteiro e, deste modo, viva. Escute o que têm a lhe dizer todas as mágicas manifestações da natureza. O silêncio vivo da vegetação é muito mais contundente do que qualquer palavra. Este tipo de silêncio FALA PROFUNDAMENTE.

Fragmento do livro “A INTUIÇÃO `PRIMORDIAL”, de Lin de Varga

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