EIS QUE TRAGO O QUE SABE O NÃO MANIFESTO

SER ILUMINADO, EU?
Você gostaria de ser Iluminado?
Não tenha pressa em iluminar-se, não deseje isso. Esse caminho não o levará a ela, iluminação. Buscar é perder-se.Não há iluminação a ser procurada. Olhe em si mesmo e à sua volta: Já está aí, já É, no Agora.
Deixe que a iluminação venha a você, não a procure, porque ela está aí, é você, aliás, e somente a programação da mente não permite que você a veja.
É preciso ter noção permanente da imensidão desta descoberta.
Fixar um branco não concebido, além do branco do gelo, pode ser um dar-se conta, sem medo de ser livre dessa engrenagem toda. É um antes, na Consciência.
Há uma claridade que nos vai tomando pouco a pouco. Um aborrecimento surge, você o vive, mas como se ele estivesse dentro de uma bolha; e explode na explosão da bolha.A claridade já é pano de fundo, em verdade.
“A nobreza da simplicidade e a perfeição do sagrado”: Parecem palavras relativas à idolatria do dogma? A idolatria faz perder a assepsia do direto, o que não quer dizer que não possam existir tais características em determinados rituais. Mas existem na simplicidade sem símbolos e no sagrado sem rituais do absorver a Consciência:Na atenção plena, portanto.
As palavras são impotentes e a pouco chegam; todavia, podem-se encontrar palavras como “devoção” em muitos escritos relativos à Consciência; por exemplo, naqueles que tentaram transmitir o que Ramana Maharshi deixava exalar como fragrância de Sabedoria. A devoção aí tem a ver, tão somente, com nossa única responsabilidade : A de despertar para a pura Consciência.
Veja uma pergunta e a resposta de Ramana:

-Quem é o maior dos devotos?
-O que se entrega ao Eu Superior, (…) é o melhor dos devotos.(…)permanecer constantemente no Eu Superior,sem permitir o surgimento de quaisquer pensamentos além do pensamento do Eu Superior. (1) “Eu Superior” pode ser traduzido por “Consciência”, “Silêncio”,etc.

Há uma citação relativa a Satsang de Satyaprem: ”Devote sua vida a isso que não tem forma, nem nome.Devote-se a ter a experiência final disso que não tem forma e não tem nome. Acomode-se nisso que é você”(2) Não se trata do Eu Superior de Ramana?

Este mesmo “Eu Superior”, “Isso que não tem forma e não tem nome”, Clarice Lispector o reconhece. Ela diz:”Atrás do pensamento não há palavras.É-se.Estou atrás do que fica atrás do pensamento.Quero apossar-me do É da coisa. Estou tentando captar a quarta dimensão do instante já.”
Gosto desta Clarice, quando ninguém se lembra dela (*)

(*) Fui olhar meu próprio texto sobre Clarice, do dia 11-12-2011, neste site. Acho que há um erro lá. Citei como frase dela: “Viver ultrapassa qualquer ressentimento”, quando o certo seria “Viver ultrapassa qualquer entendimento”. A vida,de fato, ultrapassa a ambos.
LIN DE VARGA
(1)Maharshi, Ramana; “Ensinamentos Espirituais”, Editora Cultrix,SP, Brasil,Tradução Terezinha Santos, ano 93/98,pg.25;
(2)Satyaprem; “Quem é você, o fim da busca”,Copyright 2003, Leelahouse, Porto Alegre, RS, Brasil.

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