EIS QUE TRAGO O QUE SABE O NÃO MANIFESTO

O “MU!”

Quando a presença se faz no comportamento comum, este comportamento começa a não ser condicionado pela programação da mente; aí, sim, pode começar a ser chamado de comum.

As pessoas procuram respostas para o tormento da lógica de seus pensamentos. A incerteza que a morte(ou o vazio) deixa presumir, as faz(as pessoas) agarrarem-se a dogmas e baboseiras de convenção. Eu gosto da abertura infinita que a morte propõe.

A limpeza do ego não implica em frieza,maldade ou sociopatia, idéia tão ao gosto dos manipuladores; trata-se de um outro ponto de vista, extra…ordinário. E o curioso é que, aqui, a palavra, comumente insuficiente, transmite bem do que se trata: “extra- ordinário, fora do ordinário, do lógico que o ego impôs.

Você é uma gravação?

Por que me foi dado saber do vácuo?

Dançam as montanhas sobre os oceanos, em meio à dança cósmica. O que dizer? É só percebimento? É sonho?

Mesmo o mais programado dos homens sabe, por subjacente intuição, que foi apanhado, e que há algo mais além do dogma e da intelectualidade;algo que permanece, que é Deus, mas não foi construído pelos homens e por seus condicionamentos.

Só se perde tempo onde existe o tempo; na estrutura do ego,por exemplo. Se é que esse fantasma pode ter uma estrutura.

A idéia é, ela própria, a barreira mais contundente à iluminação.

O homem nasce e morre e é só isso, se você não pensar com a barriga. Toda intelectualidade é superficial ao nível de nada. O Zen, os Koans, o “Mu!”, chegaram perto. Veja o que diz sobre o “Mu”, em o “Zen Budismo e a Psicanálise, D.T.Suzuki, edição de 1960, pg. 57,Editora Cultrix:”

“O que podemos intitular um modo um tanto sistemático de estudar o Zen começou com os mestres da dinastia Sung em certo momento do século XII. Um deles escolheu por koan o que se conhece como “Mu!”(wu em chinês) de Joshu, e propô-lo aos discípulos para que meditassem sobre ele (…) Ordena-se ao discípulo que concentre a mente no som sem sentido “Mu!”,sem levar em conta se significa “sim”, “ não”, ou, na verdade qualquer outra coisa. Apenas “Mu!”, “Mu!”, “Mu!”. Essa monótona repetição do som “Mu!”,continuará até que a mente seja completamente saturada por ele e já não sobre espaço para qualquer outro pensamento(…) O indivíduo desaparece do campo da consciência, agora integralmente ocupada pelo “Mu!”(…) Agora podemos dizer que o “Mu!” e o “Eu” e o Inconsciente Cósmico- os três são um e o um é três. “

Um “Mu!” subtrai tudo o que é do intelectual. Pense mais embaixo, com a barriga, no abdômen, única forma de se amar sem ação e reação. A intelectualidade do homem, seu “eu de egoismo” só tem produzido carnificinas, guerras sem fim, povos se matando uns aos outros por dogmas ou divisão de fronteiras, mulheres estupradas em toda parte, crianças marcadas por pedófilos… Precisa continuar?

Será que Buda, Jesus, os Avatares, agiam intelectualmente, ou se entregavam a seus modos de vida, inteiros, com amor,quem sabe pensando com suas totalidades e não com a mente? Não conjecturavam, ofereciam-se à compaixão e ao dar sem limites.

À argumentação de que o intelecto do homem produz boas coisas, tipo obras de arte, medicina top de linha, descobertas científicas… Pode ser,mas já percebeu?Ao nível do intelecto.

Pensa o pensamento da árvore,dos pássaros, dos animais, do rio, da pedra, das florestas. Pensa,por fim, o pensamento de Deus.

LIN DE VARGA*

Comments (1)

Sarbelia Assunçãojaneiro 30th, 2013 at 18:29

Perfeito!
Você é a inteligencia manifesta em forma de escritor!
parabéns pelos escritos e pelo site.

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