Eis que trago o que sabe o não manifesto

Pode ser que você perceba que é pura consciência. Assimilou isso. É um fato. A mente está aí, mas pode acontecer como uma névoa que se deixa desvanecer no ar, basta a atenção. No entanto, às vezes, há resquícios que ficam impregnados, como um núcleo de energia na fímbria do corpo, se é válido falar dessa forma. Envolto pela atenção, esse núcleo, também ele pode se desvanecer. Talvez não seja fácil esse dissolver-se. No entanto, se realizado, é o puro discernimento a que chamam iluminação.

Você respira, não respira? Respire agora. Inspirou, expirou? É o Não manifesto em você. Dentro do útero do Universo, na concha, como preferir, você já tem o Não manifesto desfazendo a concretude suposta do seu corpo. O Não manifesto respira em você e você reclamando de quê? De uma conta a pagar. O Absoluto cinge você.

Lembro-me de uma afirmação do OSHO, a propósito de se pedir ao Universo. Se for para pedir, que o seja em silêncio. O Universo poderia entender o código das palavras? É difícil , a não ser – digo eu -que se coloque intenção, ou seja, a energia no espaço de seu corpo, já que a essência é imensurável. O curioso é que, se você é consciência pura, se ela em tudo está, você estaria, de certa forma, pedindo a si mesmo. Então, peça por si e por todos os seres, que são uma mesma coisa.

Tempos atrás, eu compus a oração que se segue. Vem-me às mãos agora. São palavras, afinal, mas talvez a energia que a tudo envolve, esteja nela, ou não?

“Abençôo todo o meu corpo e todos os órgãos que funcionam nele em profunda harmonia e à minha mente que tem o poder do Universo, que quero limpa para meu encontro com a eternidade. Que todos os ressentimentos, dores, mágoas( o que for), sejam levados nas asas dos meus anjos da guarda à dimensão de reciclagem do Infinito e se transforme(m) em pura energia.”

De tudo o âmago nos escapa/E essa irremediável fuga/ dissolve-se no azul azul/Descoberta da Iluminação./ A vida não se limita ao texto/ É técnica – supra-sumo -/ E toda névoa deixa visto o perfil da rocha/Descoberta a iluminação./Nada se burila/ Silêncio entre as palavras/ Sem fragmentos/ A totalidade É

LIN DE VARGA*

* VARGA, segundo o “Aurélio”: 1- Várzea alagadiça; 2 -Armadilha de pesca, espécie de rede.

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