A PERGUNTA QUE SE FAZ É A SEGUINTE: POR QUE ESSA NOTÁVEL FICÇÃO?

Por quê, se é clara a notável abrangência disso que chamamos mente, o espaço infinito que constatamos nela como realidade, além da programação mental?

Só para argumentar, porque não se quer ferir o dogma de ninguém, nenhuma Igreja, nenhum líder religioso, nenhuma crença. Aliás, o que seria da gente  esmagada por lamaçais se não fosse uma crença qualquer?

Mas, como eu dizia, só para argumentar: E se nos foi dado só este VISLUMBRE rápido da magnitude do Universo? E se vamos, efetivamente, desaparecer para sempre com nossos corpos?

Isso não seria um milagre tão extraordinário como aqueles atribuídos a Jesus?

Vocês percebem? Para mim, o notável é ser só semente, crescer como crescem as árvores, sem uma ficção sequer e desaparecer na Eternidade

Citando Bob Adamson, “É uma ilusão que “você” exista – a entidade “você” é imaginada. A imaginação que “você” existe como algo ou alguém separado é a causa da aceitação ou rejeição de algo conhecido; é uma ilusão contando a história de sua própria decepção.”

Desculpem. Quando me dei conta da ficção que eu era como conteúdo mental, que o milagre estava em ser inteiro no agora, e senti então que amava a tudo e a todos com um amor que jamais antes adivinhara, estava livre e não havia caminho de retorno.

 

Lin de Varga

#vocejafoianalisado.com

“O Ajustamento da Dobradiça”, Amazon/Kindle.

PRESENÇA

Nós temos em nós um extraordinário tesouro de consciência e amor.
Esse tesouro é a Presença. Não a presença do indivíduo ao qual nos identificamos, muito frequentemente, mas uma Presença mais vasta, mais livre, já perfeita, já terminada.
Nós não somos separados dela; ela não é uma outra presença, uma outra consciência.
Ela é aquilo que nós, verdadeiramente, somos.
Mas , simplesmente, nós não lhe prestamos atenção.
Nós olhamos além, ao longe, nós a perdemos de vista .
No entanto,esta Presença é tão próxima que nada dela nos pode separar.
Não há sequer lugar para um caminho espiritual.
Esta presença é verdadeiramente terapêutica, além de tudo aquilo que nós podemos imaginar.
Aquilo que nós procuramos, nela nós achamos :
a alegria,
o conhecimento,
o amor,
o sentido…
Eu jamais teria pensado que uma tal plenitude fosse possível.
Como dizia Douglas Harding, aquilo nos é dado: ” it’s given.”
Esta Presença nos pede justamente um pouco de atenção .
uma atenção dirigida à fonte.

José Le Roy

Tradução Lin de Varga

É, ACHO QUE SABE O UNIVERSO

Às vezes, me pergunto , triste, o que o homem seria se não tivesse, afoito,
Inventado o tempo. Se tivesse aguardado para ouvir o silêncio das esferas – a lua – o sol – o verde -,o vento sussurrando nas quimeras.

Em verdade, o ser humano tem a capacidade, mas, de ordinário, não vive a vida real que existe e está além da intenção humana.
De fato, não há vida a ser vivida no âmbito a que o homem se impôs.
Vejo dentro de mim a sombra que está dentro de todas as pessoas; ninguém constata a energia que lhe caberia da energia total.

Se eu fecho os olhos e presto atenção ao meu interior, constato nele o infinito anterior a toda manifestação, antes mesmo de todas as galáxias (o que não quer dizer de meu aparato físico cerebral). A plena escuridão que lá constato é a natureza única de tudo.
As pessoas gostam da ideia da supra consciência inundada de luz; mas não; ela está inundada de vastidão. O que somos, intrinsecamente. Isto é ser “intrínseca-mente” e é a mais alta percepção. O resto, é imaginação.

Que todo o passado seja perdoado. Nem que sejamos nós mesmos a nos perdoar, “porque o sofrimento é o esquecimento de quem, realmente, somos: a própria vida. (1). E “Sua verdadeira natureza dissolve as fixações da mente.” (2). Saiba que na “solitude do nada o absoluto contempla sua beleza.”(3). E, finalmente, tudo que se diz parece ser pura redundância, porque “alma, ente ou ego são meras palavras.Não há entidade assim. Consciência é a única verdade. (4).
Não é maravilhoso saber-se Pura Consciência e estar, neste saber, em companhia desse pessoal aí?
(1) Jeff Foster.
(2) Gilbert Schultz.
(3) Rumi.
(4) Sri Ramana Maharshi.

Mas se me silencio, e o meu silêncio tem intenção, ouço o animal vagando em florestas profundas, e o galo que cocorica nas manhãs.
Mas se sou o silêncio, o último pássaro estanca seu vôo, e seu canto para, porque SOU, SOU, SOU.

Lin de Varga

SEM NOÇÃO

Durante dias e dias choveu por aqui na cidade em que estou no sul das Minas Gerais.
Hoje,amanheceu um céu belíssimo,azul puro até onde a vista alcança.As matas verdejam e há silêncio na manhã, ainda cedo.

Quando eu era criança tinha uma fantasia,às vezes,ao olhar o céu:que um bólido vinha lá do espaço, um asteroide ou coisa assim, e nos destruía a todos.
Que fantasia,hein?

Agora,é realidade.O homem conseguiu; chegou lá, em sua inconsciência .Uma bomba atômica pode iniciar a 3 Guerra Mundial.
Vocês acham que é fantasia?

Tudo está conectado: os efeitos dos incêndios na Austrália são constatados já no Rio Grande do Sul.O petróleo sobe, porque mataram o General no Iraque.

Nisargadatta diz que a pessoa é um “mal-entendido”(cito de memória);tendo a concordar.
O ser humano não sabe a que veio. Não entende o milagre que é estar sobre a Terra e fazer parte deste Universo infinito.
E quer se destruir nesta ignorância que o incomoda.

Lin de Varga

DE REPENTE…

            De repente, as pessoas podem perceber que a resposta sempre esteve dentro delas, como as águas de um rio que são, afinal, uma só energia, como o regresso dos pássaros ao ponto de partida de onde alçaram vôo. Todo o trabalho consiste em entrar em sintonia com esta resposta, porque, então, pode-se ter uma outra perspectiva. Por assim dizer, um novo ponto de vista que, mesmo parecendo paradoxal agora, não é, realmente, novo: já estava dentro de todos, obscurecido.

            Nós, em nossas vidas, cruzamos e mantemos contato com várias pessoas, sem, contudo, percebê-las, realmente, na maioria das vezes. Entretanto, em um instante, podemos começar a ver o quanto são interessantes todas elas, como se passássemos, de repente, a sentir seus rostos, a ter absoluta noção deste milagre que é o ato de viver.

            Todas as coisas verdadeiras acontecem para nós em um relâmpago, isto é, repentina e imediatamente; a partir do momento em que tenham acontecido, nunca mais voltaremos a sermos os mesmos. Ao olharmos para trás e nos recordarmos de como éramos, talvez nos venha uma surpresa por termos sido tão limitados. Entretanto, dentro de  outra perspectiva, este relancear de olhos ao passado não será de tristeza, mas, sim, de grata satisfação por nos ter sido possível descortinar que, na grande experiência chamada vida, têm-se sempre respostas: TODAS AS EXPERIÊNCIAS SÃO VÁLIDAS E FUNDAMENTAIS.

                                     O ÚNICO SEGREDO: A INTUIÇÃO PRIMORDIAL

            Mas como achar esta resposta? Com entrega. Nada forçado. Um equilíbrio que emana da ordem do Universo. Alguma coisa que está em uma dimensão além do princípio e do fim.

            É importante ressaltar o aspecto de uma outra perspectiva, na medida em que ela será nova (e aí se pode usar a palavra “nova”) em relação a uma situação de condicionamentos e limites (preconceitos, ressentimentos, frustrações), já, então, ligada, diretamente, à INTUIÇÃO PRIMORDIAL existente em nós, porque esta se encontrava, somente, embotada.

            De nada adianta trabalhar-se em cima de uma estrutura minada. Não se constroem edifícios sobre fundações fracas. A natureza do Ser é a da perfeição. Nós a embotamos durante a vida. Tiram-se as impurezas, a beleza vem à tona. Não se preocupe com a lógica que rege a vida em sociedade, nem com os conceitos. O conteúdo acumulado da mente deve ser filtrado. Urge alcançar-se a plenitude, mantendo-se contato com a INTUIÇÃO PRIMORDIAL. No entanto, trata-se de uma urgência diferente. Nada tem a ver com a urgência comumente entendida: Correr atrás dos valores materiais e supérfluos da sociedade (Estes serão, afinal, simples conseqüência). Não. A urgência de que falamos tem a ver com a rapidez do relâmpago que faísca entre as nuvens, com a imediata transposição para uma nova dimensão, da qual todas as coisas são vistas com discernimento.

            É preciso deixar claro que, em todo o caminho a ser percorrido, não é necessária nenhuma preocupação com teorias, dogmas, controles de quaisquer espécies. Não há  doutrina a ser seguida. De forma nenhuma. A resposta está em uma dimensão de total liberdade, de desprendimento, de uma absorção tal de todos os fenômenos da vida, que eles se tornam sem importância material e plenos de importância espiritual. DIMENSÃO NA QUAL VOCÊ TUDO PODE. Um “bom dia” será o desejo de que o outro seja feliz em sua jornada e não um cumprimento que é dado automaticamente, sem nenhum valor energético.

            Quando você não se preocupa com as regras da sociedade, transforma-se no melhor de seus membros. Suas regras são as do bom senso e este só existe plenamente na INTUIÇÃO PRIMORDIAL. O seu momento mais certo serão todos os momentos. Não intelectualize. Sinta, simplesmente, com o seu organismo inteiro e, deste modo, viva. Escute o que têm a lhe dizer todas as mágicas manifestações da natureza. O silêncio vivo da vegetação é muito mais contundente do que qualquer palavra. Este tipo de silêncio FALA PROFUNDAMENTE.

Fragmento do livro “A INTUIÇÃO `PRIMORDIAL”, de Lin de Varga

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