EIS QUE TRAGO O QUE SABE O NÃO MANIFESTO

DE ANJOS
“Olhamos para ele e não o vemos;
Seu nome é O Invisível.
Procuramos escutá-lo e não o ouvimos
Seu nome é o Inaudível.
Tocamo-lo e não o achamos;
Seu nome é O Sutil”
LAO-TZU,Tao Te Ching, 14

Essa citação está, entre diversas outras, no livro dos Anjos, de sophy burnham,(1) sobre Anjos, naturalmente..

Eu havia encontrado tal livro, anos atrás, na Biblioteca Pública de São Lourenço,MG Li-o, então, parcialmente. Há, talvez uns quatro dias, sem nenhum motivo claro, resolvi mexer em alguns livros no armário, puxei um ,aleatoriamente, como brincadeira, e ele veio. O Leio, novamente, direto.

É bom, mesmo para os que não são afeitos aos anjos, por que tem informações e citações várias de pessoas destacadas na história dos homens,

Esta aí sobre, de Lao-Tzu, (2)pg 70,que me é cara, refere-se ao TAO,ao espaço infinito que nos contêm a todos e aos fenômenos que O Universo, parcialmente, mostra. Condescenda, se quiser, e pode ser aplicada aos anjos. Mas não seria o caso de se condescender, -perdoem-me os anjos, -pois os amo e tenho uma fraternidade deles que me acompanha.

Gosto de pensar que Fechner, o mesmo que nos deu a Psicologia Experimental, escreveu “Da Anatomia Comparada dos anjos” e os Anjos nela são produzidos pelo Sol e nos vêm em esferas de Luz(,resumindo drasticamente) .Assim os percebo, luzes que, em última instância, estão, como tudo o mais, no “corpo” da Consciência Pura.

Ora, nada mais próprio, já que sequer existiríamos se não fosse a benevolência do Sol.

Uma coisa é fato. Quando nos aproximamos deles( Os Anjos), eles se apresentam; em uma disposição, no aumento de um bem sentir-se ,no fazer-se melhor, no saber-se mais e mais no silêncio Infinito de nossa verdadeira natureza.

Santo Tomás de Aquino Sophie nos informa(3), pg. 73,em 1250, “escreveu um tratado inteiro sobre os anjos. Argumentava que os anjos são pensamentos puros,que assumem formas corpóreas quando querem…”

Já andei escrevendo poesias sobre Anjos, e não custa lembrá-las aqui; só por que de anjos estamos falando.

1
É lá que tramam os anjos!
Entre uma palavra e outra
No silêncio da intenção.
Ali, na dobra,
Onde uma gota d’água pousa
Sobre a textura da flor.
Onde soluça a criança
Na respiração do universo.
Lá tramam os anjos
No cantar e no dançar,
Em um suspiro, em um olhar, no gesto.

2
O que escrever agora,
Quando nada há a escrever?
Escrever a morte?
Mas se não se lê a morte,
O que fazer?
Talvez um anjo se debruce
Sobre o meu ombro
E saiba, em silêncio,
Tudo o que (não) dizer.

3
Pense na torre de Pisa,
Ereta
Em sua tortividade.
Mas nós é que somos tortos,
Em cada cidade.
O anjo de asa quebrada
Trás o sopro da perfeição.
Acalantos, depois preces,
Mantras, OM.
Pense na torre de Pisa,
Pense no som.

4
Algo se tece,
Os anjos tecem
Os bosques.
A folha descansa,
Ninguém fala,
O nevoeiro avança,
A vida para.

5
O medo passa como um solfejo,
Um apelo,
Algo sutil
Que, se olhado,
Não tem nenhum medo.
Ah, que sob a neblina
-Na floresta mesma-
Úmida, in-penetrante –
Teu anjo te espera.
Seja folha, faça parte,
Seja seiva, portanto;
Seja terra.

6
É na fímbria,
Onde flui a impossibilidade
Velando toda possibilidade,
Que se pode vê-lo,
Porque, somente, sentido,
Pode-se tê-lo.
Um abraço envolvente
Que nos toma a alma;
Um mergulho intenso,
Além das palavras,
Em um lapso.
Entre o medo e a calma,
Na fímbria e na alma.

7
A minha vida é esta,
Outra não tenho para viver.
Sou único,
Como você.
Sou único em minha textura,
Nada me faz outro.
Como posso um outro viver

(1) “ O Livro dos Anjos”, de Sophy Burnham,1995, Editora Bertrand Brasil.
(2) Idem
(3) idem
LIN DE VARGA

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