EIS QUE TRAGO QUE SABE O NÃO MANIFESTO

O SEGREDO DA FELICIDADE

Eu anotara em um pedaço de papel: “Veja :Todo o construto pode ser visto em bloco e mantido em perspectiva.” Encontrei- o agora entre as páginas do livro “Eu Sou Aquilo”, de Sri Nisargadatta. E, na página 255, lê-se: ”Sou como uma tela de cinema – clara e vazia –as imagens passam sobre ela e desaparecem, deixando-a tão clara e vazia como antes. A tela não é afetada de nenhum modo pelas imagens, nem as imagens são afetadas pela tela. A tela intercepta e reflete as imagens, não as forma. Ela não tem nada a ver com os rolos de filme. Estes são como são, blocos de destino (prabdha), mas não meu destino, os destinos das pessoas que aparecem na tela.”

E, mais adiante, no mesmo livro, pág.387: “A arte da meditação é a arte de desviar o foco da atenção para níveis cada vez mais sutis, sem perder o controle sobre os níveis deixados para trás. De certo modo, é como ter a morte sob controle. Começa-se com os níveis mais baixos – circunstâncias sociais, costumes e hábitos ;entorno físico, postura e respiração do corpo; os sentidos, suas sensações e percepções; a mente, seus pensamentos e sentimentos – até que o mecanismo inteiro da personalidade seja agarrado e segurado firmemente.”

Sempre experenciei (se é que se pode usar esta palavra), como intuição e percebimento claro de nossa verdadeira natureza infinita e silenciosa, um estado de vacuidade absoluta e, completamente à parte deste ,o que chamo construto, de toda a minha história pessoal, agora um filme projetado, visto, com efeito, de uma poltrona colocada à distância da tela.

A anotação que fiz estaria sob o beneplácito do livro que o abrigava, Se me liberto, devo-o, com certeza, ao contato com uns poucos sábios como Nisargadatta.,Despidos dos invólucros de gurus, eles apontam simplesmente
Ninguém olha em mim. Sou o que sou, irremediavelmente. Só há uma vacuidade imensa, claridade, e a miragem adiante.

Olha toda a esteira da tua vida desfilando ante ti, agora, porque se o fazes antes da morte física, morres para o teu passado, e és no presente.

Às vezes, quando venho aqui, não sei o que dizer ou, sequer, o que estou pensando. Então, dou-me conta de que, em verdade, sabendo a Infinita vacuidade que Sou, e que me faz Eterno, nada poderia, de fato, pensar ou dizer

Não importa Quando você sabe, de repente, e só poderá ser de repente, de sua .verdadeira natureza, a vida em torno ,irremediavelmente, revela-se a ficção que é .”O filme irreal da vida está sendo mostrado”, diz Ramesh Balzekar

A literatura mais sofisticada, os berros alcoolizados em um bar, a emoção da mãe que fixa a criança que deu à luz, agora, o furto dissimulado, o roubo à mão armada, o ignóbil da corrupção, nos grandes Bancos e na esquina da rua, tudo está alí. Todavia, chamados ignóbeis ou grandiosos, serão sempre um jogo de xadrez, cujo rei jamais será tombado

Tudo muda no diferenciado; tudo É no indiferenciado..
Preste atenção a não dar atenção à mente; vá além dela e dê atenção ao que vale a pena. Guarde o vazio infinito com sacralidade. Você será você.

“Enquanto você se identificar com eles (o corpo e a mente), estará condenado a sofrer; compreenda sua independência e fique feliz. Eu lhe digo, ESTE É O SEGREDO DA FELICIDADE (grifo meu).Acreditar que você depende de coisas e pessoas para ser feliz se deve à ignorância de sua VERDADEIRA NATUREZA)(grifo meu); saber que você não necessita de nada para ser feliz, exceto o autoconhecimento, É SABEDORIA(grifo meu)”.Sri Nisargadatta Maharaj.

Só “ouso” grifar.Nessas poucas palavras , a intuição primordial de sermos nós mesmos se revela. E nada é preciso: Quando nos damos conta, a infinita felicidade da expansão eterna nos diz sim.
LIN DE VARGA

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