EIS QUE TRAGO QUE SABE O NÃO MANIFESTO

TEM INTERESSE O GURU?

Você, às vezes, se apega, desesperadamente, a uma dor, com medo de não SER.” Olha como eu estou sofrendo! Com eles são injustos comigo!” A vida que anima a flor continuará muito depois de você. Sua dor morrerá com a morte de seu corpo. Seja essa vida “lá fora” de sua dor. Seja você. Seja a flor. Vocês dois são essa vida onde não há nenhuma dor.

Seja essa vida “lá fora” de sua dor” e nunca bata de frente com o pensamento conceitual. Primeiro, ele não tem consistência real; segundo, você está deixando de ser quem você, realmente, é e fazendo parte do conceito.

O curioso, entretanto, é que nenhum pensamento pode deixar de ser conceitual, “nem mesmo o seu”. A gente forma frases, usa palavras, códigos portanto, para produzir um pensamento ou cumprir uma intenção, tipo: “Vou ao banheiro, vou ao cinema, vou dar um beijo nela/nele,etc”

Não tem saída: No âmbito da mente, haverá ação e reação, porque sua natureza( da mente), só pode ter sido formatada assim.
Eu gostava, quando criança, de uma frase do escritor Érico Veríssimo”: “…O mais importante que existe sobre a face da Terra, é a pessoa humana. E surpreender o homem no ato de viver é uma das coisas mais fantásticas que existe. ”Acho que ela era, inclusive, veiculada em uma série da Tv, baseada em um livro seu. Mas me perguntava, sempre: “O que significa, efetivamente, viver? ”Admirava-me com os atos artificiais, mecânicos, automatizados das pessoas e, já na infância, refletia sobre o que seria viver.

Nunca supus, então, que ainda viajando nesse corpo, apesar do condicionamento a que o cérebro é conduzido, ao olhar para dentro Lá ,que o saberia, inapelavelmente.

Palavras, palavras, palavras… São só códigos, quando se fala, quando se escreve. Ao pensar-se, palavras. No que foi elaborado como sentimento, palavras. Nas ofensas, no arrependimento do que foi dito… As guerras são produzidas pelos códigos, pelos conceitos, isto é, por palavras..

Você não tem dívidas, são números consignados em um sistema; você não tem pagamento, são números em sua conta corrente. Você morre, em sua lápide colocam palavras. Ah, você as escolheu em vida. Letras, seu nome suposto… Não estou, entretanto, aconselhando a não pagar as dívidas. Eles “escrevem” você no SPC e levam sua casa, se você tiver uma.

Quando lhe pedem para sair da mente, os ”Gurus”, particularmente, pedem-lhe que esqueça seu nome. E lhe dão um novo nome! Um símbolo.

Perceba se não há nenhum interesse do seu “chamado Guru”, em relação a você. Em seu dinheiro nem se fala. Em sua presença, talvez ele não exista sem você. Em lhe ensinar. É de se supor que ele saiba que você já tem todo o saber. Mas tudo isso também são só palavras e bobagem. Você saberá quando surgir o Guru verdadeiro, porque ele vai aparecer na Vastidão que você É.

Essas afirmações de Gilbert Schultz, limitações de palavras à parte, aproximam-se muito do que se pode pretender quanto a uma clara intuição:
“Encontre um professor de verdade. Um que o libertará. Isso pode ser bastante breve. Muito breve. Ainda que ele lhe diga que não há nenhum professor e nenhum ensinamento, você deve seguir a situação até seu verdadeiro final. Paradoxalmente , tal fim só pode estar aqui, bem AGORA. Você já está AQUI “nesse” e COMO esse Momento. Compreenda a Mensagem e termine com a busca, tudo de uma vez.” Homem (mulher) livre mova-se” (Schultz aqui citou George Adie.).Seja livre – mova-se adiante. Deixe que tudo flua em seu próprio modo natural.”

E talvez se possa perguntar, como Sri Nisargadatta Maharaj, referindo-se ao Guru dele:” Que interesse ele teria em mostrar-me o caminho errado?”

Atenção: Sem um pensamento, seu nome não existe. Você tem que pensar para dizer seu nome! Essa constatação, tão óbvia para cada um de nós, é que me deixa surpreso por não ser reveladora. O único solitário que me lê, pode sabê-lo?

Quando você olha para o si mesmo verdadeiro, você vê que nada pode ser visto. Veja, veja, você é esse não ver e, no entanto, está vendo o que é, realmente, imediato.

Perdendo ou ganhando, essa vida é só um filme. Se você não é quem você pensa ser, não há o que sofrer. Por aquilo que concebe, o filme da mente não pode ser levado a sério. E, no entanto,“ mente é intemporal, tempo é o conteúdo da mente.”, diz Gilbert Schultz.

Dito assim, parece tão simples. E é, de fato. É de uma obviedade “constrangedora”, eu diria. Mas não é de uma abrangência notável? “O tempo é o conteúdo da mente”! A exclamação é minha. Você está liberto.
LIN DE VARGA

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