Eis que trago o que sabe o não manifesto

SÓ UMA ENERGIA EXISTE

Falo da energia única que forma todos os planetas, que forma todas as plantas, um grão sobre um terreno em Marte, a incrível integridade da Lua livre no nada absoluto, o puro espaço, um correr de liquido, uma luz cujo centro se expande no movimento do agora intemporal… Essa energia nos forjou e nenhuma outra há. Nenhuma outra Há! Veja agora, sinta, seja…Esta é a única participação que importa, não a opção física ou psicológica. É uma integridade em que não existe dor.

A morte só pode estar distante, se houver tempo; se não há tempo, se só existe o aqui e agora, a morte cola na vida e, fundidas as duas, você é a eternidade. A vida e a morte estão absolutamente juntas, “lado a lado”(mas lado a lado já seria tempo) e a história do homem na terra nada mais é do que uma tentativa de empurrar essa simultaneidade, essa extraordinária e única verdade. Se você vive sem a morte como uma expectativa futura,então nada existe a mudar, cogitar, pensar… Tudo é o êxtase do agora. Por que isso tem sido, ou É tão estarrecedor?

As sinapses são feitas por associação; o cérebro funciona por associações, diz a ciência. Ora, nossa vida mental é uma colagem, do passado, no presente,no futuro. Sendo assim, aproveite para viver sua vida verdadeira.

Os meus textos se erguem do NADA. Quem os lê na internet? Mesmo as poucas pessoas que conheço ligadas à questão da consciência, do aqui e agora, não dizem lê-los. Escrevo para o NADA, de onde vim com meus textos.

Julgar é estar em cativeiro, o mais tenebroso porque foi impingido a você por você mesmo. Não adianta culpar ninguém.

Qual palavra posso dizer-lhe daqui,sentado em meditação na casa em que moro? Nenhuma. Posso, somente, convidá-lo a entrar.

Há bilhões de pessoas sobre a Terra neste exato momento. Não existiriam, se um meteoro destruísse o planeta completamente. Todos os conteúdos de todas as mentes dissolver-se-iam, ato contínuo;todas as pequenas histórias em cada mente no mundo. Por que esperar a morte para perceber-se que não se É tal conteúdo? A morte irá mostrar isso tão claramente, como o choque de um meteoro contra a Terra; pode ser incrivelmente definitivo e instantâneo. Agora, mate o ego e viva, seja.

A profundidade é incomensurável. Você está alerta totalmente. Atenção plena. E e´um Infinito o que ocupa o seu interior, ou melhor, a posição de sua localização no Manifesto: O corpo, a mente, ou o que seja. E é ainda muito superficial essa posição porque ela está dissolvida no Todo que a envolve. Escrever é destruir isso…Mas a história do Ego não é nem frágil…É apavorante que a Humanidade exista nestes termos; mais apavorante ainda, fazer parte disso…

há um filme dirigido por Steven Soderbergh, “The good german”(O Segredo de Berlin), no qual o personagem do ator George Clooney chega à beira de um rio e vê um menino que lança barquinhos pela água. Há o seguinte diálogo, citado de memória: “ O que você faz com os barquinhos? Vai procurá-los? – pergunta Clooney;- De bicicleta, responde o menino; – Eles vão longe?; – Muito;- Você não os perde? -Há um lugar onde o rio faz um rodamoinho, em Potsdam. E o menino se afasta. A cena me impressionou e é antológica. O rio como metáfora de fluxo da vida; o ser humano( O menino)coloca sua vida pessoal nesse fluxo( O barquinho) e seria correto deixar-se levar, sem impecilhos. O rodamoinho captura essa vida, a puxa para a “roda da vida”, o “sansara”, com toda a sua dor e sofrimento. O paradoxo é que, perguntado se recupera os barquinhos, o menino responde que existe um rodamoinho em Potsdam. Ele tem sempre que recuperar seu barco( A vida).No entanto, não há outro caminho, é preciso entregá-la novamente ao fluxo do rio, tirar os resíduos que obliteraram o Eterno Agora(rodamoinho) e retornar à consciência que se É.

LIN DE VARGA*

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