Gota e Indecisão

É esta gota, eterna,
Que me atormenta,
Que me cala em sua indecisão.

Vem dos caules e das folhas,
Da integridade da árvore.
Não se esparrama nunca a gota
Em nenhum vão.

Seus espectadores,
Eu e o silêncio da noite fria.
O grande vulto transbordante
Da mangueira envelhecida –
Suspensa ao vento –
É o noturno corpo da gota.

Um ponto,
Uma só trêmula interrogação,
Sem queda, sem saída,
Sem tempo de ser,
No chão.

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